É de bravo não apagarmos a existência de uma pessoa e a importância que ela tem, por esta estar fisicamente ausente. É de bravo. Porque amar e cuidar à distância é mais difícil do que amar e cuidar de pertinho. E às vezes nem o amor que é tão verdadeiro sustenta a distância. Porque dá trabalho, porque é exigente, porque põe à prova. 

A minha família e os meus amigos são bravos. E eu sou só grata porque estou, não estando. 

É que emigrar é muito mais do que a dificuldade de enfiar a vida em duas malas e viajar durante muitas horas. Emigrar traz dúvidas e medos, mesmo aqueles que temos para nós que são ridículos. Acho que todos os que partem têm, de uma forma ou de outra, medo de perder. Medo de perder o cuidado da família, a atenção dos amigos. Medo de perder o amor em que sempre vivemos. Eu tenho medo, ou tinha, não sei bem. Porque todos os dias a minha família e os meus amigos me fazem questão de mostrar que estou perto, não estando. Eles são bravos! E eu sou grata. 

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Only the brave are capable of not deleting a person and its importance because of being physically away. Only the brave. Because loving and taking care when people are far away is so much harder that loving and taking care of someone who’s close. And sometimes, not even love that seems to be true can handle distance. Because it’s demanding, give you a hard time, puts you on proof. 

My family and my friends are brave. And I am only grateful because I am there, not being. 

Emigrating is so much more that putting you life in two bags and travel during many hours. Emigrating brings you doubts and fears, even those that we know that make no sense. I think that all the people that leave feel the fear of losing, one way or another. Fear of losing the care of the family, the attention of the friends. Fear of losing the love we have always lived with. I have fear, or had, I don’t really know. Because every single day, my family and my friends show me that I am close, not being. They’re brave. And I’m grateful.

love,

C.