Lisboa: Restaurante Panorâmico do Monsanto | Lisbon: Monsanto Panoramic Restaurant

Monday, November 28, 2016


Não visitei todas as cidades do mundo, não estive sequer em todos os continentes nem viajei para as principais capitais, mas sou capaz de arriscar dizer que Lisboa é das cidades mais bonitas. E digo-o assim, correndo o risco de ser chamada de maluca, mas para além de toda a luz que a cidade tem, as paisagens, os recantos, os cheiros, as pessoas e a comida, para mim há ali um encanto especial. 
Estou feliz deste lado do mundo, mas morro de saudades de Lisboa. E quanto mais me afasto, mais percebo que Lisboa é a minha casa. Não consigo não ter saudades do meu canto na Artur Lamas que me fez tão feliz. Do taco de madeira, do corredor apertado, da cama encostada à parede por ser tão pequena a casa. E é bom sentir saudade, não é? É sinal que fomos ali felizes. 
É no sentido de apaziguar a saudade e partilhar espaços e pedaços que a mim me fizeram feliz que escrevo este texto. Quero mostrar-vos onde fui feliz em Lisboa e, se possível, levar-vos até lá, testar se sentem a mesma espécie de felicidade que eu senti. 

Começamos pelo Restaurante Panorâmico do Monsanto. Fui até lá num dia de muito frio, em janeiro passado. Não é fácil lá chegar (até porque não é propriamente legal lá entrar). É preciso entrar no Parque Florestal do Monsanto pelo lado certo, pelo lado da Avenida de Ceuta, para conseguir subir até aos portões do velho restaurante. Depois disso é furar a rede e, com cuidado para não tropeçar em qualquer destroço, explorar, ver, inspirar, fotografar. No meio de tanta destruição conseguimos ter as melhores vistas de Lisboa que eu já vi. É surreal. 
Lamento apenas que a destruição do Panorâmico não seja algo natural e tenha sido acelerada pelas pessoas que por lá passam, e em vez de conservar um espaço que é fascinante, querem ‘deixar a sua marca’ e dizer: “aquele vidrinho fui eu que parti”. Num dos dias em que fui lá passear, um casal com um ar simpático fez questão de arremessar uma pedra a um vidro de uma estrutura. Eu estava a passar por baixo. Sorte a minha que faltavam dois segundos para estar mesmo na zona onde os vidros caíram. Mais tarde, num dos dias em que as autoridades estavam a vigiar o espaço e eu tentei entrar, um Polícia explicou-me que é por essas pessoas que querem deixar a sua marca, que tentam proibir as entradas no espaço. Porque se há uns que querem apenas ver, há outros que fazem questão de destruir.  

Deixo-vos as fotografias, que é o que interessa no meio disto tudo.
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I didn’t visit all the cities in the world, I was not in all continents and I haven’t even travelled to the main capitals, but I am capable of saying that Lisbon is one of the most beautiful cities in the world. And I can say this, running the risk of being called crazy, but besides all that light, the landscapes, the smells, the people and the food, Lisbon has, for me, a special enchantment. 
I am happy on this side of the world, I am, but I miss Lisbon so much. And the more I get away from that city, the more I realize that Lisbon is my home. I miss my corner at Artur Lamas that made me so happy. That wood floor, the straight hall, the bed leaning to the wall because of the small size of the house. And it’s good to miss it, isn’t it? It means we were happy there. 
To calm down the way I miss it, I’m going to share with you places and moments that made me happy. I want to show you where I was happy in Lisbon and, if possible, I want to take you there and test if you feel as happy as I felt. 

We start at Monsanto Panoramic Restaurant. I was there in a very cold day, in January. It’s not easy to get there (and it’s not legal, also). You need to get in to the Monsanto Forest Park from the right side, from Ceuta Avenue, to reach the old restaurant’s gates. After that you just have to get in and, with caution so you don’t stumble, explore, see, inspire, photograph. In the middle of so much destruction we can have the best views over Lisbon. It’s surreal. 
I am just dory for the Panoramic’s destruction. It’s not natural and you can see that people made that, instead of maintaining this beautiful place. They want to leave ‘their mark’ and be able to say: “I broke that glass”. 
In one of the days I was walking around there, a couple that looked nice threw a stone to a glass of a structure. I was passing underneath. Lucky me that was two seconds far away from the place where all the broken glass felt. Later, in one of the days that authorities were watching the place and I was trying to get in, a police officer explained to me that because of those that break things, they try to forbid all entries in the space. Because, some of us just want to see the beauty, others want to destroy things. 

I’ll now leave you with photos. 



O Restaurante Panorâmico do Monsanto foi inaugurado em 1968 e tornou-se num dos sítios mais requisitados de Lisboa. São três andares acima do solo e outros quatro por baixo da terra que foram de animação e de diversão. O edifício do Panorâmico é enorme! E está tão destruído que se torna assustador, especialmente o andar subterrâneo onde foi a discoteca que, com a destruição e as infiltrações de água, torna-se num cenário digno de filme de terror. Por outro lado, quanto mais subimos no edifício, mais nos surpreendemos com a paisagem que é capaz de nos tirar o ar. É este contraste entre o terror e a beleza que torna o espaço tão maravilhoso.
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Monsanto Panoramic Restaurant was opened in 1068 and quickly became one of the most required places in Lisbon. Three floors above the ground and other four below. Seven floors that were of pure joy and fun. Panoramic’s building is huge! And it’s so destroyed that it gets scaring, special the lower ground floor, where the disco was, that is destroyed and has some water infiltrations that turns it into a terror movie scenario. The higher we get in the building, the best the view gets. It’s this contrast between terror and beauty that makes this such a wonderful place.








love,
C.


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