Caminho a passos largos para me tornar, oficialmente, numa emigrante. Quer dizer, agora que penso nisto, se calhar já sou! 

Pouco depois de aterrarmos os corpinhos (não necessariamente as cabeças) na Austrália, soubemos que até ao final do ano teríamos de nos registar por cá. Avisar o Estado que viemos para ficar (pelo menos por quatro anos) e que temos uma morada. 

Ora, na semana passada lá fomos nós até Sydney, ao Consulado Geral de Portugal, tratar do assunto. Lá subimos até ao 17º piso de um daqueles prédios altíssimos do centro da cidade (acho que nunca tinha subido tantos andares num prédio), entrámos as portinhas e dissemos ao que ali íamos. Passaportes, vistos e cartões de cidadão revistos e fotocopiados, dados registados, morada australiana fornecida e o assunto ficou despachado em 15 minutos. 

É que ainda nem acredito. A sério! A morada de nossa casa tem Austrália no final. Austrália! Às vezes juro que ainda não acredito. É que nunca perdi muito tempo sequer a imaginar-me a visitar este país, quanto mais a vir viver para cá. Afinal de contas (eu sei que estou sempre a repetir esta frase mas...), isto é do outro lado do mundo. Nunca pensei mudar-me para cá não só por questões financeiras mas também porque sempre achei que não seria capaz. Enfim, isto são outros quinhentos que vocês já estão fartos de ouvir. 

Confesso que às vezes dou por mim a imaginar-me daqui a 60 anos a dizer aos meus netos: “a avó está velha e já mal consegue mexer a asa mas, atenção meus meninos, que eu já vivi na porra da Austrália, ali do outro lado do mundo”. Ganda pinta! Vou ser uma avó super rebelde, eu sei que vou.

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I’m taking big steps to become a real emigrant. I mean, now that I think about that, I think I already am!

Days after we landed our bodies (not necessarily our minds) in Australia, we knew that we had until the end of the year to register ourselves here. Letting the State know that we are here to stay (for at least four years) and that we have an address. 

As that, last week we went to Sydney, to the Portuguese Consulate, to take care of this business. We got to the 17th floor of one of those really high buildings of the CBD, we walked through the doors and told the lady why we were there. Passports, visas, Portuguese citizen cards all reviewed and copied, all that registered, an Australian address given and everything was done 15 minutes later. 

I can’t even believe it. Really! Our home address has Australia at the end. Australia! Sometimes I swear I don’t believe it. I never lost too much time imagining myself visiting this country, not even living here. After all (I never get tired of saying this), this is on the other side of the world. I never thought of coming here not only because of money issues, but also because I thought I would never had the courage to do it. Well, another story you’re tired of listening to. 

I confess that sometimes I find myself imagining the future, 60 years from now, telling my grandchildren: “granny is old and can’t even move the wing but, attention little kids, I already lived in fuckin’ Australia, on the other side of the world” (please people, don’t mind about the fuckin’. It’s just an expression a guy around here uses a lot to describe how relaxed these people are). How cool will that be? I’m going to be a super cool grandmother, I know I will.

love,

C.

A huge that to Lenita Margarido for the photo!