A Mónica, a minha Mónica | Mónica, my Mónica

Friday, November 25, 2016


“Vens à SIC hoje? Podes vir connosco!” 
Foi a primeira frase que lhe ouvi, o primeiro convite, a primeira proposta, há mais de uma mão cheia de anos atrás. Estávamos no primeiro ano de licenciatura em Ciências da Comunicação e eu tinha acabado de ser transferida de outro curso e, no meio de tanta gente nova, sentia-me um peixe fora de água. Foi ela, a miúda que usava aqueles ténis abertos no calcanhar tipo chinelo, que veio ter comigo, com um convite que mudaria a minha vida. Depois de trocarmos as primeiras palavras, acho que nunca mais nos largámos. Descobrimos juntas que a faculdade não era pera doce mas que, na verdade, se fazia com uma perna às costas no intervalo de saídas à noite produtivas e de imperiais na esplanada que sabiam a mel. Descobrimos juntas que o que não era fácil, era viver longe dos pais, mas que para este mal, o remédio era termo-nos uma à outra e que, à falta de melhor, havia sempre uma massa com natas, bacon e queijo e uma manta para aquecer o coração. Descobrimos que o que não era fácil era o amor, que nessa altura ia e vinha com a facilidade do vento. Descobrimos que o que não era fácil era ser adulta. Crescemos e juntas começámos a traçar sonhos e a palmilhar o árduo caminho entre o estágio e as aulas da faculdade a que acabávamos por não ir. Terminámos a faculdade, chorámos o que tínhamos a chorar cheias de felicidade nos corações, fizemo-nos mulheres e fomos à luta. Procurámos trabalho, revirámos o mundo e encontrámos soluções, profissões, paixões. Crescemos, deste-me a conhecer o amor da minha vida e apoiaste as minhas mais recentes decisões mesmo que isso custasse a minha presença aí, onde tu estás. 

Não foi sempre fácil – mas haveria alguma possibilidade de o ser entre duas mulheres de fibra? E também não é fácil ser adulta. Não é que gostássemos de ter menos obrigações, menos projetos, que muitas vezes nos separam fisicamente. Gostávamos só de ter dias com 40 horas para nos sentarmos a uma mesa e nos ouvirmos, nos partilharmos e sermos. E hoje, hoje, gostávamos só de ter uma nave espacial supersónica que me pusesse a jantar contigo num pedacinho. Hoje, que é o teu aniversário e eu não estou por perto. Ainda assim, estou perto o suficiente para saberes que o meu amor por ti não tem fim. Apazigua-nos o coração saber que hoje eu não estou aí mas que teremos mais, no mínimo, 80 aniversários para partilhar juntas. 

Parabéns minha bomboca, a mais escurinha – e, por isso, a mais parecida comigo – a que tem as bochechas mais fofas, a determinada e que luta, todos os dias pela verdade não só mas também desportiva. A que tem tanto medo de crocodilos, como de cães, como de cogumelos, como de bananas. Parabéns, minha boboca <3
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“Are you coming to SIC today? You can come with us!”
This was the first sentence she told me, the first invitation, the first proposal, more than a hand full of years ago. We were in the first year of university and I had just been transferred from another course and was feeling like an outsider. She, the girl that usually wore those open-toe sneakers, came up to me with an invitation that would change my life. We never separated after exchanging our first words. Together, we found that university was not that easy, but that, actually, we could do it with a leg on our back in the interval of going out at night and drinking beer on the esplanade. Together, we discovered that it was not easy to live away from our parents but that we had each other, and a pasta full of cream, bacon and cheese and a blanket to warm our hearts. We discovered that love was not easy, specially at that time, when it kept coming and going. Together, we discovered that being an adult was not easy. We grew up and together we started to dream and walking the tough way between the internship and college classes we ended up not going to. We finished university, we cried all we had to cry, full of happiness in our hearts, we became women and went fighting. We searched for a job, turned the world upside down and found solutions, professions, passions. We grew up, you showed me the love of my life and supported all my decisions even when they made you deny my company there, where you are. 

It wasn’t easy all the time – but, was there any chance of being easy with two fibre women? And it’s not easy being an adult. Not that we would like to have less obligations, less projects, that often separate us physically. We just wanted to have 40 hours’ days to sit down at the table and listen, share and be. And today, today, we just wanted to have a supersonic spacecraft that could put me having dinner with you in a few minutes. Today, it’s your birthday and I’m not around. Still, I’m close enough for you to know that my love for you is endless. It soothes our hearts to know that I am not there today, but we will have at least 80 more birthdays to share. 

Congratulations my pumpkin, the tanned one - and, therefore, the most similar to me – that has the most awesome cheeks, the determined and the fighter for the not only but also sportive truth. The one that is as afraid of crocodiles, as she is of dogs, mushrooms and bananas. Happy birthday my love <3

Da semana que mudou a minha vida | From the week that changed my life




E de todas as outras... | And from all the others...




love,
C.




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