Balanço do ano. Todos fazemos, de uma forma ou de outra, certo? Devem ser poucas as pessoas que ficam indiferentes ao terminar de mais um ciclo e acredito que de uma forma mais ou menos voluntária, acabemos todos a pensar nas coisas que aconteceram nos últimos 12 meses. No fim, acabamos todos com uma das mesmas duas frases: “que grande ano” ou “que caca de ano”. 

Da minha parte posso afirmar que 2016 foi assim do caraças. Não foi daqueles anos assim-assim, em que fiz mais do mesmo, trabalhei nas mesmas coisas, vi pouco de novo a acontecer. Não. Foi mesmo do caraças. 

Em 2016 rodeei-me de família tantas vezes quantas possíveis, fui feliz a partilhar mesas com os amigos. Viajei, passeei, conheci, vi e ouvi mais música. Continuei de mão dada ao meu amor por qualquer trilho. Aceitei novos desafios e mudei a minha vida. Passei para a prática objetivos de 2015, grandes objetivos, e coloquei na minha vida um ponto de viragem que me fez de facto sentir que tenho 25 anos e que a vida tem muito para me oferecer, basta perder os medos. Há um ‘antes’ e um ‘depois’ em 2016. Um ‘antes’ e ‘depois’ daquela manhã no aeroporto. 

Antes? 

2016 começou em grande. Foi o ano em que nos metemos num carro com amigos do coração e rumámos a Madrid por um fim-de-semana, para ver pela segunda vez na minha vida Foals. Semanas depois estava sentada na Aula Magna a ver The Tallest Man on Earth. 2016 foi o ano em que a B. descobriu a sua própria sombra, começou a falar como gente grande e aprendeu a dizer o nome do J antes do meu (sacaninha!). Foi o ano em que percebi realmente que isto de ter amigos é tanto como ter família. Passeei pelo Douro como se fosse a primeira vez. Foi o ano em que amei a minha casa, o meu ninho, como nunca. Foi o ano em que perdi os medos e as vergonhas e, com muita ajuda, criei um projeto só meu, este blogue. Organizei, também com muita ajuda, uma festa onde consegui reunir os meus amigos maiores. Foi o ano em que fiz férias com os amigos. Foi o ano em que vi o pai e a mãe no hospital e quis cuidar deles como se fossem eles os meus filhos pequenos. Foi o ano em que pus um ponto final na rotina e me despedi sem certezas. Esvaziei a minha casa, a minha primeira casa a sério, e meti tudo dentro do meu carro rumo ao Norte. 

Foi o ano em que me despedi da minha família, dos meus amigos e voei, no voo mais longo a que alguma vez me atrevi. 

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Year balance. We all do it, one way or another, right? Must be few people that can stay indifferent to the end of a cycle and I believe that, even if it is in a less volunteer way, we all end up thinking about things that happened in the last 12 months. At the end, we all end up with one of these two sentences: “what a great year” or “what a shitty year”. 

For me, 2016 was a great year. Not one of those years that was just fine, in which I did more of the same things, worked on the same things, saw nothing new happening. No. 2016 was a really great year. 

In 2016 I surrounded myself with family as many times as possible, I was happy sharing the table with friends. I travelled, walked around, saw new things, listened and saw more music. Kept with hands crossed with my love through any path. I accepted new challenges and changed my life. Putted in practice some goals from 2015, big goals, and gave my life a turning point that made me feel that I am actually 25 and that life has so much more to give me, I just have to lose my fears. There’s a ‘before’ and a ‘after’ in 2016. A ‘before’ and a ‘after’ that morning at the airport. 

Before?

2016 started very well. This was the year in which we went to Madrid by car for a weekend to see for the second time in my life Foals (it’s always worth it). Weeks later I was at Aula Magna, in Lisbon, to see The Tallest Man on Earth. 2016 was the year in which B. discovered her own shadow, started talking like big people do and learnt how to say J.’s name before mine (you little bastard!). This was the year during which I realized for real that having real friends is like have family. I walked around Douro as if it was the first time. This was the year during which I loved my house, my first house, like never before. This was the year in which I lost all my fears and, with help, built a project, this blog. I organized, also with help, a party where I gathered my biggest friends. This was the year in which I spent holidays with friends. The year in which I saw my mother and father at the hospital and wished to be their mother and take care of them as if they were little kids. This was the year in which I quitted my job. I emptied my house, my first real house, and putted everything in my car to the North. 

This was the year during which I said goodbye to family and friends and flew away, on the longest flight I ever went in.