Então e os vistos? | What about visas?

Sunday, August 07, 2016



Decidir ir viver para a Austrália é decidir mergulhar em algumas burocracias chatas mas necessárias. Para uma pessoa que, como eu, poucas viagens tinha feito e as que fez não precisou de nada de vistos ou seguros de saúde, tratar de todas estas coisas é um desafio e tanto. A mim, o que me safou mesmo foi o que o J tomou as rédeas destas questões e embora eu tenha ajudado e acompanhado, a verdade é que a minha tarefa não passou muito disso. Ainda assim, sou menina para vos explicar o processo pelo qual passámos aqui por casa. Este textinho é assim pensado a dois cérebros e escrito a 20 dedos, de forma a passar a informação tão correta e completa quanto possível.
Para entrar na Austrália é necessário um visto. Ponto assente. Independentemente da razão que nos leva ao país dos cangurus ou por quanto tempo pensamos por lá ficar. 
A nossa situação era simples. O J ganhou uma bolsa de doutoramento na University of Wollongong e eu decidi apanhar a boleia e ir com ele. 
Emigrando para a Austrália nesta situação, foi exigido ao J que fizesse o IELTS, um exame de inglês do qual teria de sair com a nota mínima de 6,5. Assim foi, o homem tem uma pontaria tal que tirou precisamente 6,5. Este é um exame puxadinho, chatinho e looongo como tudo, mas fazível para quem tem os conhecimentos mínimos da língua, desde que estude durante um bom tempo. 
IELTS feito, o passo seguinte foi tratar de seguros de saúde. Assim como não entra na Austrália alguém sem visto, também não entra ninguém que não tenha cuidados médicos assegurados. Na nossa situação, a University of Wollongong tratou de tudo o que dizia respeito aos nossos seguros. De qualquer maneira, o site indicado para o fazer é este. No nosso orçamento, esta foi a questão que levou a maior parte do bolo. Caros, caríssimos estes seguros de saúde, porque fomos obrigados a pagar, para dois, a totalidade do tempo que pensamos por lá ficar. 

Completados estes dois processos, a UOW (University of Wollongong) enviou uma carta de admissão ao J para que ele assinasse e reenviasse. Assim fez, juntando a cópia do resultado do IELTS e o comprovativo do pagamento do seguro. A UOW emitiu de seguida uma nova carta de admissão com um código que deveria ser usado ao pedir o visto. Durante este processo, não sei ao certo em que altura, a universidade já nos tinha informado qual o visto indicado para o J - Student (Temporary) (class TU) Postgraduate Research Sector (subclass 574) visa - e já nos tínhamos certificado que este visto oferecia a possibilidade de ter dependentes, que é, neste caso, a minha situação. Poupou-nos imenso trabalho, porque não tivemos de andar à procura do visto indicado, no entanto, há muita informação disponível aqui, aqui e aqui
Com a cartinha da universidade na mão e o código, lá fomos nós direitinhos à plataforma IMMI do Governo Australiano, onde se solicita o visto. O J registou-se e preencheu um questionário sobre o estado de saúde de ambos. Uma coisa simples mas obrigatória! O passo seguinte foi pedir o tão desejado visto no site do governo. Há uma coisa que é preciso ter em conta: para pedir o visto não servem cópias simples dos passaportes! É essencial que cedam ao Governo cópias certificadas dos passaportes. Essas cópias podem ser feitas nos tradicionais notários ou em advogados que nos pareceu ser a solução mais simples e económica. Ao pedir o visto, o site do governo solicita dezenas de informações sobre o candidato principal e sobre, neste caso, a pessoa dependente. É mesmo importante que preencham todos os campos com a máxima atenção, leiam e releiam o que escreveram porque se derem uma informação errada, depois de submeterem a candidatura é um 31 para solicitarem a correção de um dado. Isto aconteceu-nos! Por engano submetemos o meu mês de nascimento errado e foi preciso preencher um formulário que pode ser encontrado na plataforma e adicionar assinado ao processo. Caso isto vos aconteça, o importante é respirar fundo. Para todos erros há soluções. 

Pedimos o visto a 23 de junho de 2016 e uma semana depois obtivemos uma resposta não tão positiva como esperávamos. Eu e o J pedimos um visto em conjunto, assumindo que vivíamos numa união de facto, no entanto, a verdade é que não sendo casados e não havendo nenhuma prova documental do relacionamento, esta história tanto podia ser verdade como não ser. Assim o Governo Australianos pediu-nos uma data de provas de relacionamento, que incluía assim umas quantas coisas ridículas. Rapidamente decidimos fazer uma lista das provas que queríamos submeter e que achávamos que eram suficientes:
1. CONTRATO DO ALUGUER DA CASA onde vivíamos;
2. Na nossa Junta de Freguesia pedimos uma CERTIDÃO DE UNIÃO DE FACTO;
(Estes dois documentos tiveram de ser traduzidos por um tradutor credenciado por uma entidade reconhecida pelo Governo Australiano, a NAATI)
3. DECLARAÇÕES DAS FAMÍLIAS: os pais do J escreveram uma declaração onde afirmavam que me conheciam como namorada dele, que vivíamos juntos e que aprovavam a relação; os meus pais fizeram o mesmo. A este documento anexámos fotografias das famílias juntas em eventos ou passeios. 
4. DECLARAÇÕES DOS AMIGOS: um amigo do J escreveu uma declaração onde explicava tudo o que conhecia da nossa relação, contava quando me conheceu como namorada do J, as vezes que já dormiu em nossa casa, etc; uma das minhas amigas mais próximas fez o mesmo, contou como conheceu o J, explicou os momentos que já passámos juntos e contou como era a nossa relação aos olhos dela.
5. DECLARAÇÃO DE RELAÇÃO: o Governo pediu-nos para explicar detalhes da relação. Assim redigimos um documento em que contámos a nossa história, desde o momento em que nos conhecemos até aos dias de hoje. A esta declaração anexámos fotografias de casal, bilhetes de avião de viagens em conjunto, bilhetes de espetáculos, concertos, festivais...
6. E o xuxu destas provas todas... DOCUMENTO DAS REDES SOCIAIS: confesso que esta ideia me enche de orgulho por foi mesmo mesmo bem lembrada. Se pensarmos, qualquer fotografia pode ser arranjada ou fotografada num dia qualquer. Mas as fotografias das redes sociais, em printscreen, estão datadas e melhor do que isso: têm comentários babados das mães de ambos e dos amigos. Para além disso, estas fotografias aliavam todos os elementos da nossa relação, os momentos a dois, as viagens, as famílias, os amigos... Então, fizemos printscreen das fotos mais marcantes que partilhámos desde que começámos a namorar, organizámos e colámos num ficheiro todo catita.

Todos estes documentos levaram anexados as fotocópias dos bilhetes de identidade dos intervenientes em cada declaração. 
Duas semanas, foi o tempo que demorou até o Governo Australiano nos desse uma resposta definitiva. A 19 de julho recebemos um mail com os vistos que nos permitiu organizar a partida como deve ser. A partir desse dia começou a verdadeira rebaldaria. A 21 de julho já tínhamos as viagens compradas para dia 9 de agosto. Começámos a tratar de questões da casa, fechar contratos de internet, televisão, telefone, água, luz e gás. Começámos a arrumar tudo, a definir datas. Começou a verdadeira luta!
_________________________

Deciding to go and live in Australia is to decide to dive into some boring but necessary bureaucracies. For a person who, like me, few trips had done and those I had done did not need any visas or health insurance, deal with all of these things is a challenge. In my case, what saved me was that J took the reins of these issues and although I have helped and accompanied, the truth is that my job wasn't more than that. Even so, I am capable of explaining to you all the process. This little text is well thought out the two brains and written by 20 fingers, so you can have information as correct and complete as possible. To enter in Australia you will need a visa. Understood. Regardless of the reason that leads us to the country of kangaroos or how long we think on staying there. Our situation was, in some point of view, simple. J won a Phd scholarship at University of Wollongong and I decided to take a ride and go with him. 
Immigrating to Australia in this situation, required that J did the IELTS, an English exam which would have to come out with a minimum of 6.5. So, the man has an aim got exactly 6.5. This is an hard exam, boring and looong as everything, but donable by who has the minimum knowledge of the language, as long as you study during a good amount of time. IELTS done, the next step was to deal with health insurance. Just as no one enters Australia without a visa, no one enters without a health care provider. In our case, University of Wollongong took care of all our health insurance issues  However, you can have your here. In our budget, this was the question that led to most of the cake. Expensive, very expensive these health insurance, because we had to pay for two, the whole time we think to stay there.

Completed these two processes, the UOW (University of Wollongong) has sent us a letter of admission to J for which he signed and resent. He did so, joining the copy of the result of the IELTS and the proof of payment of the insurance. The Uow gave then a new admission letter with a code that should be used to apply for a visa. During this process, I do not know for sure when, the university had already informed J what was the recommended visa  - Student (Temporary) (class TU) Postgraduate Research Sector (subclass 574) visa - and that this visa offered the possibility of having dependent, that is, in this case, my situation. It saved us a lot of work, because we did not have to go looking for the approval indicated, however, there is a lot of information available here, here and here
With the university's letter at hand and the code there , we went straight to the IMMI platform of the Australian Government, used to apply for visas, where J registered himself and filled a survey about our state of health. Something short and simple but required! The next step was to ask the much desired visa on the government's website. There is one thing that you must take into account: to apply for a visa you can't use simple copies of passports! It is essential that you give the government certified copies of passports. These copies can be made in the traditional notaries or lawyers who seemed to us to be the simplest solution and economic. To apply for a visa, the site of the government calls tons of information about the top candidate and, in this case, the dependent person. It is important to fill in the gaps with the most attention, read and reread what you wrote because if you give the wrong information, after submitting the application is really hard to request the correction of the application. This happened to us! By mistake we submited my month of birth wrong and it was necessary to fill in a form that can be found in the platform and add signed to the process. If this happens to you, it is important to take a deep breath. For all errors there are solutions. 

We requested the visa on 23 June 2016 and a week later we got an answer not as positive as we had hoped. Me and J asked for a visa in conjunction, assuming that we lived in a union of fact, however, the truth is that not being married and there is no documentary proof of the relationship, this story both could be true as not true. So the Australian government asked us a lot of evidence of relationship, which included so many ridiculous things. Soon we decided to make a list of the evidence that we wanted to submit and we thought that was sufficient: 
1. CONTRACT OF RENTING THE HOUSE where we lived;
2. In our Parish Council we asked for a DE FACTO RELATIONSHIP CERTIFICATE; 
(These two documents had to be translated by a translator accredited by an organization recognized by the Australian Government, the NAATI
3. FAMILIES STATEMENTS: parents of J wrote a statement which stated that knew me as his girlfriend, we lived together and that approved of the relationship; my parents did the same. To this document we attached Photos of families together at events or tours.
4. FRIENDS STATEMENTS: a friend of J wrote a statement where he explained everything that he knew of our relationship, when he met me as girlfriend of J, the times that he slept in our house, etc; one of my closest friends did the same, she told how she met J, explained the moments we spent together and told how our relation was to her.
5. STATEMENT OF RELATIONSHIP: the government asked us to explain details of the relationship. So we have drafted a document on which we told our history, from the moment we met until today. To this statement we attached couple pictures, plane tickets to trips together, tickets to shows, concerts, festivals...
6. And best of all these tests... SOCIAL NETWORKS document: I admit that this idea fills me with pride because it was really well remembered. If we think of it, any photograph can be arranged or photographed on an ordinary day. But the pictures of social networks, in printscreen, are dated and better than this: have comments from both our mothers and friends. In addition, these photos alleviate all elements of our relationship, the moments the two, travel, the families, the friends... So, we did the printscreen pictures more striking that we shared since we started dating, organized them and put them on a very pretty file.

All of these documents had attached photocopies of identity cards of the intervinients in each statement. Two weeks ago, was the time it took for the Australian Government to give us a definitive answer. On July 19 we received an email with the visas that allowed us to organize the departure as it should be. From that day began the true mess. At the 21 of July we already had bought the tickets to August 9. We started to deal with the questions regarding the house, closing the contract of the internet, TV, phone, water, power and gas. We started to pack everything and defining dates. The real struggle starts now!





Tratámos das nossas viagens na Agência Abreu. Optámos por ir a uma agência por uma questão de segurança. É tão longa a viagem e os riscos são tantos que nos sentimos mais seguros desta forma, pelo menos para a primeira vez. Fomos surpreendidos por um serviço impecável, que nos aturou durante horas com dúvidas e a testar várias possibilidades. 
__ 
We bought our flights in Abreu Agency. This is such a long trip with so many risks thats we choose to take care of everything with a trip agency. We were surprised with an excellent service that for hours, answered all our questions and possibilities tests. 


love,
C.

You Might Also Like

0 comentários

Fala Comigo!

Name

Email *

Message *