Este é para as minhas miúdas | This one is for my girlfriends
Friday, September 02, 2016
(Antes de mais dizer que não um raio de uma foto em que estejamos todas juntas e bonitas. Que falha monumental.)
Este é para vocês. Suas criaturas chatas, que de dia para dias, desde há seis anos, sensivelmente, para cá, se tornaram parte da minha família. Suas criaturas chatas e faladoras, que dominam a esplanada de um restaurante no Rossio com gargalhadas e conversas faladas num volume muito alto. Suas criaturas chatas que só sabem falar de coisas de gajas, de quão injusto é o mundo e dos planos felizes que têm a curto e a longo prazo para o combater. Suas criaturas chatas, que defendem as coisas em que acreditam e de uma forma ou de outra lutam por elas. Este é para vocês, suas criaturas chatas, as minhas amigas. Que são todas elas tão peculiares, tão apaixonantes. As minhas amigas, as maiores. As chatas, as melhores, as minhas.
Tenho saudades das minhas amigas. De em cinco minutos resolver tê-las lá em casa a jantar. De as chamar para uma ‘intervenção’ ou, pura e simplesmente, para beber um copo de água e pôr a conversa em dia. Tenho saudades das minhas amigas. De ficar horas e horas a conversar sobre nada de jeito, de, de uma em uma, sentadas a uma mesa, contarmos as novidades dos últimos dias. De apanhar aquela que tenta sempre fugir com a desculpa de ‘não tenho nada de especial para contar’, mas a quem aconteceram mil e uma coisas. É difícil pôr em palavras certos sentimentos e por isso, tantas e tantas vezes cedemos apenas ao abracinhos.
Tenho saudades das minhas amigas. Das sextas-feiras à noite. E das quintas. E dos sábados e dos domingos. Daquelas que compreendiam muito bem a vontade que às vezes há de mergulhar num copo de vinho (ou vários), num gin tónico (ou vários) ou numa cerveja (ou... várias?).
Tenho mesmo saudades das minhas amigas. De comentar a vida dos outros sem peso na consciência (sim, admito. Desculpa, mundo). De circularmos na casa umas das outras sem pedir licença. De dormir num canto qualquer depois de uma noite difícil (foram taaantas!).
Tenho saudades das minhas amigas, daquelas pelas quais, ao longo dos últimos anos, tantas vezes bati com a cabeça nas paredes. Outras tantas vezes bateram elas com a cabeça nas paredes por minha causa, eu sei.
A vida dá mil e uma voltas. Conhecemo-nos há alguns anos quando todas nós andávamos na faculdade. Desde então já passámos por várias etapas e o amor tem evoluído com a vida, tem-se adaptado. Uma foi embora há alguns anos. Eu fui a segunda a saltar fora do país. Eu sei que o amor vai mais uma vez ganhar outra forma, evoluir e adaptar-se à distância e ao fuso horário.
Tenho saudades das minhas amigas. Elas têm saudades minhas, que eu sei. Mas estou feliz. Sei que fiz a escolha certa e que tenho o apoio delas. Cada uma reage à saudade à sua maneira (já disse que somos todas muito diferentes e peculiares), mas somos todas feitas mais ou menos da mesma massa. Todas feitas de amor.
Tenho saudades das minhas amigas. E gosto tanto delas.
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This one is for my annoying friends. You, annoying creatures that, day after day starting six years ago, became part of my family. You, annoying speaking creatures, that dominate a restaurant esplanade in Rossio with guffaws and loud speaking conversations. You, annoying creatures that only talk about girls stuff, how unfair the world is and all the plans you have to beat it. You, annoying creatures, that advocate with nails and teeth all the things you believe in and one way or another, fight for them. This one is for you, annoying creatures, my friends. all them so peculiar, so enthralling. My friends, the biggest ones. The annoying ones, the best ones, mine.
I miss my friends. Having them at my home for dinner in just five minutes. Calling them to as ‘intervention’ or just to drink a glass of water and talk about our lives. I miss my friends. Staying hour and hours talking about nothing and, one by one, talking about the latest news in our lives. Catching that one that always tries to sneak with ‘I have no news’ excuse. It’s hard to put in words some feelings so, sometimes, we braced ourselves to hugs and kisses.
I miss my friends. The Friday nights. And Thursdays. And Saturdays and Sundays. I miss those ladies that perfectly understood my will to drink a glass of wine (or many), or a gin tonic (or many), or a beer (or…many?).
I really miss my friends. I miss talking about others lives without any conscience height (yes, I admit. I’m so sorry, world). I miss circulating around each others houses without asking for it. Sleeping in any corner after a hard night (so many nights).
I miss my friends. Those who gave my arguments to hit my head in the wall. And I know they did the same because of me.
Life is always changing. We all met years ago in university. Since then we all went through different life stages and love is always adapting and evolving. One of us left a few years ago. I was the second one to jump out of my country. I know that our love will again achieve another shape, evolve and adapt to the distance.
I miss my friends. And they miss me, I know. But I am happy. I know I made the right choice and that I have their support. Each one of us has his own way to react to distance (I already told you we are all very different from each other), but we are all made of the same material. All made of love.
I miss my friends. And I love them so much.
E agora, do mais recente para o mais antigo, aqui vai disto: | And now, from the newest ones to the oldest, here you have: )
love,
C.
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