Hoje é dia de falar do homem da minha vida | Today is the day to talk about the man of my life
Thursday, November 10, 2016
Ter irmãos é não sermos inteiros. É estarmos divididos por quantos irmãos termos. No meu caso, eu estou dividida em três. Em mim própria e nos dois irmãos que me completam. A mais velha e o mais novo. É como um puzzle. E um puzzle só está completo quando tem as peças todas. Ter irmãos é saber que nunca estaremos sozinhos e que, por mais amigos que tenhamos, os irmãos conhecem-nos como ninguém porque para além de saberem sobre questões banais da nossa vida, eles sabem precisamente de onde viemos, em que ambiente crescemos, quais são as nossas raízes. E partilharam tudo isso connosco. Ter irmãos é a melhor coisa do mundo. Sou uma sortuda.
É sobre um em particular que eu hoje quero escrever, sobre o mais novo, o meu bebé, o homem da minha vida, o que nasceu há precisamente 17 anos. 17 anos, como é que é possível? Foi também há 17 anos que a minha vida mudou, nunca mais foi a mesma. Tornei-me, eu própria, num ser humano melhor, sabendo que terei sempre um mais novo por quem olhar. 17 anos. 17 anos que podiam ser repletos de parvoíce típica da adolescência, mas que, também sendo, são muito mais do que isso. São 17 anos cheios de maturidade, de personalidade e de desejos. São 17 anos cheio de companheirismo, de um adolescente que, mesmo longe, está sempre perto de mim.
A última vez que o vi, que o abracei, foi no aeroporto há precisamente três meses atrás, minutos antes de me ver partir rumo à Austrália. Chorou – porque é preciso um homem maturo para chorar – e eu chorei também, sabendo ainda assim que aquele, eu nunca o perderia. É o meu irmão, aquele que procura sempre saber de mim mesmo que eu esteja do outro lado do mundo, aquele que se cansa dos meus conselhos, mas que os ouve pacientemente até ao fim, aquele que embora já seja (muito) maior que eu, procura abraços e beijos. Aquele que, mesmo no pico da adolescência (uma fase da vida em que existir, por vezes, já é demasiado difícil) é educado e ponderado.
Não há forma de descrever o amor que se nutre por um ser humano que vimos nascer, a quem demos o biberão, mudámos a fralda, ajudámos nos primeiros passos, levámos à escola, fizemos a barba pela primeira vez, mostrámos bandas das quais gostávamos, conduzimos até aos amigos para ir sair à noite, demos conselhos para a entrada na faculdade, alertámos para os perigos da viagem de finalistas... não há forma de descrever.
Respiro fundo de contentamento e satisfação por saber que, enquanto irmã, fiz o que pude para criar um ser humano como deve ser, um homem com um H enorme, que respeita os outros e que é livre do preconceito.
Hoje, como nos últimos anos, não estou à lareira com ele no 11 do 11. Mas, como nos últimos anos, ele sabe, tu sabes (que eu sei que vais ler este texto, como todos os outros), que o meu amor por ti não tem tamanho, não tem limite. E que num mundo que nem sempre será justo contigo, eu estou aqui e tu terás sempre lugar comigo onde quer que eu esteja neste mundo, seja em Portugal, na Austrália ou em outro qualquer canto.
Parabéns, meu macaquito.
Amo-te.
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Having brothers is not being a hole. Is always being divided for how many brothers we have. In my case, I’m divided in three. In myself and in my two brothers that complete me. The oldest one and the younger one. Like a puzzle. And a puzzle is only complete when it has all the pieces together. Having brothers is knowing that we are never alone and that, no matter how many friends we have, brothers know us better that anyone. They know all that banal things about us, but they also know precisely where we came from, where we grew up, what our roots are. And they share all that with us. Having brothers is the best thing in the world and I am a lucky girl.
Today, I’m writing about one in particular, my younger one, my baby, the man of my life that was born 17 years ago. 17 years, how is that possible? 17 years ago my life changed, was never the same. I became a better human being, knowing that I had there a younger one to take care of. 17 years. 17 years that could be full of stupid things proper from an adolescent but, also being that, are much more than that. 17 years full of maturity, personality and wishes. 17 years full of companionship, of an adolescent that, even far away, is always close to me.
Last time I hugged him was in the airport three month ago, minutes before I left to Australia. He cried – because it takes a man to cry – and I cried too, knowing that that one, I would never lose him. It’s my brother, the one that always looks for me even if I am on the other side of the world, the one that gets tired of listening my advices but the one that listens to them till the end, the one that looks for hugs and kisses. The one that, even in the middle of adolescence (a stage of life too hard to live), is educated and balanced.
There is no way to describe the love that a person can feel for a human being that we saw growing up, to whom we fed, we change diapers, we helped in the first steps, we took to school, we shaved for the first time, we showed music bands we liked, we drove to friends to go out at night, we advised about university, we advised about finalists trip… there is no way to describe it.
I can take a deep breath knowing that, as a sister, I did what I could to raise a man with a huge M, that respect others and it’s prejudices free.
Today, like in the last years, I am not close to fireplace with him at 11 of 11. But, like in the last years, he knows, you know (because I know that you are reading this like you read all my texts), that my love for you has no size, has no limit. And that in a world that won’t always be fair with you, I am here and you will always have a place close to me in this world, even if it’s in Portugal, Australia or any other corner.
Happy Birthday, my little monkey.
I love you.
Claro que, um evento destes merece sempre uma ida até ao baú (até porque adolescente que é adolescente nunca deixa que lhe tirem fotografias, pelo que não há cá grandes registos recentes deste moço) | Sure that, a day like this, deserves going to the chest to find some pictures (because a true adolescent never let anyone to take pictures of them, so I have no recent photos of this man)
love,
C.
2 comentários
Que texto lindo :)
ReplyDeleteEstou certa de que vai ficar muito feliz ao lê-lo!
Beijinhos.
Obrigada Bárbara! Um enorme beijinho! :)
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